A direção da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS) repudiou a pressão que vem sendo exercida por federações empresariais do Estado contra governos municipais e o governo estadual para acabar com a quarentena e o isolamento social, impostas para combater a pandemia do coronavírus.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio) lançaram, quinta-feira (26), o manifesto “Pela Reativação da Economia Gaúcha”. No documento, as três entidades propõem “um retorno gradativo às atividades a partir de 1º de abril”. O documento defende a necessidade de retomar a atividade econômica e fixa um prazo sem qualquer consideração pelo alerta das autoridades médicas que preveem, para as próximas semanas, o avanço do coronavírus e do número de óbitos.
Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, “trata-se de uma atitude irresponsável e vergonhosa, que coloca em risco a saúde e a vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, no exato momento em que o número de mortes e infectados não para de aumentar, inclusive aqui no Estado, sendo que até mesmo hospitais de campanha estão sendo montados para atender pessoas contaminadas”.
“Em vez de retomar a economia, os grandes empresários deviam ter anunciado a destinação de parte de seus lucros para comprar equipamentos e material de prevenção, especialmente para os profissionais de saúde, muitos trabalhando em condições precárias para atender a população”, disse Amarildo. “Eles mostram que estão infectados pela pandemia da financeirização, que retira bilhões de reais da sociedade para engordar o sistema financeiro, que lucrou mais de R$ 110 bilhões no ano ado. Até quando ficarão omissos diante da sangria de dinheiro das pessoas para enriquecer um punhado de acionistas bilionários">