Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

Futuro do Brasil?

Artigo | Meninos e meninas de rua saíram da agenda pública, mas não das ruas

Desmonte de políticas dificultam ainda mais a atenção a uma população que sofre de invisibilidade histórica no país

02.nov.2020 às 18h03
São Paulo (SP)
Markinhus

Em 2019, seis pessoas em situação de rua morreram em dias de baixas temperaturas - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Pensar a infância brasileira é trazer a história do Brasil e os conflitos de interesse entre as classes sociais. É lembrar que temos mais de uma infância. Por um lado as das crianças e adolescentes oriundos da Europa, filhos da nobreza e seus súditos, famílias ricas, comerciantes, líderes militares e burocratas, que viram as novas terras e o tráfico humano como possibilidade de acumular riquezas. Por outro lado temos os filhos dos originários da terra, trabalhadores que vieram da Europa e os africanos escravizados.

As crianças e adolescentes desta última classe social, no século 19, ficavam jogados à própria sorte, vivenciando as ruas atrás de recursos e vantagens para seu “senhor”, de apoio à família ou para garantir a própria sobrevivência. Esse modelo, com suas determinações econômicas ligadas à escravidão, desenvolveu e naturalizou o preconceito, a pobreza e a violência para essas crianças, adolescentes e suas famílias. Esse triste fenômeno vem do período colonial e se mantém até hoje.

A população em situação de rua é intergeracional. Nas ruas se encontram mulheres grávidas, recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Situação que se agravou a partir de fevereiro de 2020 com a chegada do coronavírus (covid-19) e o acirramento da crise política, econômica e social.  Em alguns casos a pobreza leva toda a família para a rua – muitas tendo a mulher como principal referência, para resolver situações na comunidade, enfrentar “as autoridades” e fazer as visitas nas unidades de internação (Sinase). Pobreza que tem a marca no rosto da pele preta, indígena e parda.

As crianças e adolescentes pernoitam nas ruas sozinhas, por questões históricas e econômicas, além de conflitos familiares e violência. A fuga de casa é um caminho contra o espancamento, agressões e confinamentos. Pesquisa recente apontou que para as instituições estatais a principal violência sofrida está no âmbito familiar; já para as organizações/movimentos sociais e os próprios meninos e meninas os agentes de segurança pública são apontados como os principais violadores.

Leia mais: Racismo: taxa de assassinatos cresce para negros e cai para o resto da população

É evidente a desigualdade e a invisibilidade dessa população. Para piorar, o atual governo federal vem desarticulando espaços importantes de direitos, como o Conselho Nacional do Direito da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política da População em Situação de Rua (CIAMP-Rua). O Conselho constituiu um Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de formular estratégias com olhar para dentro das políticas públicas. Neste GT destacamos o papel da sociedade civil composta pelo Movimento Nacional Meninos e Meninas de Rua, Campanha Nacional Criança Não é de Rua, Rede Rio Criança (RJ), Rede Amiga da Criança (MA), Rede Inter Rua (RS), Rede Equipe Interinstitucional de Abordagem de Rua (CE), Projeto Meninos e Meninas de Rua do ABC (SP) e a participação direta de adolescentes com trajetória de rua. 

O Conanda retomou sua agenda de reuniões apenas em fevereiro de 2020, através de ação judicial, e o CIAMP-Rua, permanece fechado desde outubro de 2020. Este descaso, porém, não vem de hoje.

Golpe Militar, anos 1970 e 1980

Após o golpe civil-militar de 1964, a infância pobre é entendida como problema de segurança nacional, é implantando a Fundação do Bem Estar do Menor (Febem).  A violência praticada nas ruas e dentro das unidades de internação, pelos funcionários das instituições e da segurança pública, mobilizou a sociedade, órgãos estatais e internacionais, que aram a questionar a eficácia destas políticas. 

Assim, em 1975, a Câmara dos Deputados criou a Comissão Parlamentar de Inquérito do Menor (I do Menor) para avaliar a situação da criança desassistida. A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu 1979 o Ano Internacional da Criança, com o objetivo de sensibilizar o mundo para os problemas que afetavam a infância no mundo. 

Neste contexto, os movimentos da infância fizeram duras críticas ao governo e suas políticas. A educação social nas ruas é desenvolvida desde a década de 1970 pelos movimentos e organizações sociais. Acontece onde estão as crianças e adolescentes, nas praças, ruas, debaixo de viadutos. Tiveram, renovada força nos anos 1980, como referência a educação popular, a teologia da libertação e o educador Paulo Freire, entre outros. Efervescência que resultou na criação, em 1985, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR) que realizou seis encontros nacionais de meninos e meninas de rua de 1986 a 2002, mobilizou artigos da Constituição Federal e aprovação do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

A criança e o adolescente am a ser percebidos como sujeitos da própria história. Seus direitos avançaram na agenda pública com o ECA, em 1990. Nos Planos Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes (2011-2020) e Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, as crianças e adolescentes em situação de rua são mencionados.

Desmonte de políticas públicas

No momento, porém, vivemos um verdadeiro desmonte do pouco que tem de políticas públicas. O avanço da violência contra essa população continua. São entendidos como ‘menor’, bandidos mirins, sem futuro, trombadinhas, prostitutas, violentos. Para certos setores da sociedade, devem ser recolhidos, medicalizados, aprisionados, racializados, indesejados e exterminados.

Existe ainda um silêncio e paralisação das forças progressistas e de esquerda diante da dura realidade das prisões, torturas e mortes de adolescentes e jovens pobres/negros. Sem estratégias, apenas tímidas ações de enfrentamento, tem deixado toda a narrativa da violência na “boca” dos setores mais conservadores e reacionários da sociedade, defensores da pauta de que “bandido bom é bandido morto”.

Serviços têm desafios para universalizar

Mas não apenas isto. Alguns equipamentos, serviços de atenção à população de situação de rua tem desafios e limites para universalizar e qualificar o atendimento. Os serviços da saúde Consultório na Rua, por exemplo, desenvolvem atividades nos territórios, embora não tenham abrangência nacional. Estar nas ruas, apoiar e atender é fundamental para aproximar as crianças e adolescente dos serviços do Sistema Único de Saúde. O SUS conta também com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a rede hospitalar, entre outros, embora com o desafio de se estruturar em todo país.

Leia também: Trinta anos: SUS resiste a desafios estruturais, desmonte do governo e pandemia

Já os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro Pop), o Serviço Especializado de Abordagem Social, Serviço de Acolhimento Institucional, além dos Centros de Convivência para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua, são primordiais na garantia de direitos, mas necessitam de fortalecimento e implementação. 

Formular políticas públicas para essa população demanda entendê-la nas dimensões da pobreza e do racismo brasileiro, pois suas vidas são marcadas pela sobrevivência e por ciclos intergeracionais de pobreza e preconceito. Mas sempre restará a questão: o Estado que marginaliza, vulnerabiliza, exclui e mata, consegue garantir direitos e priorizar a vida de todas classes sociais e as etnias que compõem o povo brasileiro? 

*Marco Antônio da Silva Souza, ex- menino de rua, coordenador geral do Projeto Meninos Meninas de Rua/SP, militante do MNMMR e do MNDH, conselheiro estadual de SP e nacional de Direitos Humanos (2019-2020), educador social e cientista social

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rogério Jordão
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Pré-Copa do Mundo

Estreia de Ancelotti na seleção mostra melhora na defesa, mas ainda carece de futebol competitivo, avalia jornalista

Luto

Professora a mal e vai a óbito dentro de escola no Paranà; segundo caso em uma semana

Marco Civil

Sem freio, big techs lucram com ‘caos informacional’, diz especialista sobre julgamento no STF

VIOLÊNCIA POLÍTICA

Gleisi Hoffmann processa deputado paranaense por misoginia

EDUCAÇÃO

Os ataques à gestão democrática na rede municipal de ensino de Porto Alegre

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.