Integrantes do Acampamento Terra e Liberdade, instalado em duas fazendas na região de Parauapebas (PA) no último dia 20 de novembro, deixaram o local no dia seguinte após negociação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Agora, as famílias aguardam cadastramento e a vistoria das terras para destinação para a reforma agrária.
Após a visita de representantes do instituto no acampamento, foi entregue uma lista de reivindicações. Além do cadastramento e da vistoria da área, as famílias pedem que sejam providenciadas cestas básicas e lonas, além da visita do presidente do Incra.
"A visita dos representantes do Incra ao Acampamento Terra e Liberdade foi um importante o na luta dos trabalhadores por terra aqui nessa região. Os trabalhadores estão organizados em um processo de luta pela terra. Os representantes do Incra se comprometeram a levar a pauta dos trabalhadores ao superintendente do órgão", destacou Pollyane Soares, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará.
O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria do Incra na região, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Resistência
As famílias que participaram da ocupação precisaram lidar com violência. Segundo o MST, fazendeiros da região fizeram um cerco à ocupação com apoio das forças policiais do estado e intimidaram os acampados, impedindo a entrada e saída de pessoas do local.
Ao Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou em nota que "equipes especializadas das Polícias Civil e Militar estiveram no local para apurar e reprimir possíveis práticas do crime de esbulho possessório, que é quando se toma posse de um bem de forma ilegal, sem direito ou autorização, e ainda manter a ordem e segurança na área. A desocupação da área ocorreu de forma pacífica".
"Colocamos em curso um bonito processo de resistência frente a violência que busca nos intimidar, diante do processo de violência decidimos nos retirar da área ocupada, porém nos manteremos mobilizados em um 'acampamento provisório', nos preparando para enfrentar nossos inimigos e conquistar nosso pedaço de terra", resumiu a nota do MST.