5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Nunca uma data foi tão necessária para o nosso debate e ação.
O próprio planeta, “nossa Casa Comum” como bem definiu Francisco, está em risco. Portanto, desejando ou não, estamos todos(as) envolvidos(as).
Quem somos? Um planeta completamente dependente dos raios de calor e de luz do sol. Sem eles seríamos uma bola completamente escura e gelada. Ou seja, não seríamos!
Para que consigamos viver neste planeta, precisamos saber usar estes raios na medida adequada.
A natureza soube cuidar disto deste o início.
Precisamos usar os raios solares na medida adequada
Criou a camada de ozônio (O3), na estratosfera, em torno de 30 km acima da camada terrestre, para reter 99% dos pequenos e perigosos raios ultravioletas, entre os quais 90% dos perfurantes raios UV-B. Conseguimos e ainda estamos conseguindo fazer um buraco na camada de ozônio ao emitirmos os gases CFCs (clorofluorcarbonetos), o que diminui a capacidade de ação desta camada.
Ao realizar o seu trabalho, a camada de ozônio produz calor, não o suficiente para permitir o aquecimento necessário da terra.
A natureza então permite que se espalhem até a altura de até 12 km, os gases de efeito estufa – GEEs, assim chamados porque fazem o papel de uma estufa, retendo parte dos grandes raios infravermelhos, carregados de calor. Tratam-se principalmente dos gases dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido de nitrogênio (N2O).
Desta forma a terra estava suficientemente aquecida e protegida.
E a água, sem a qual também não temos vida? Através do calor é evaporada principalmente dos mares, rios e florestas, formando as nuvens que os ventos levam às diversas partes do mundo, onde retornam como chuvas. As nuvens, camadas de vapor d’água, ainda ajudam o equilíbrio terrestre retendo parte do calor.
Os raios ultravioletas (mais à esquerda), são menores e com ultra alta frequência; os infravermelhos (mais à direita), são maiores e com menos frequência.

O clima, calor, frio, chuvas, secas, estava tudo bastante equilibrado planeta terra afora.
O desequilíbrio começou na revolução industrial
O desequilíbrio com o aumento da temperatura ou a ser registrado a partir da segunda revolução industrial, em 1850. Esta data é hoje a referência quando é citado em quantos graus aumentou e está aumentando o aquecimento da terra.
O tempo foi ando e os ambientalistas foram alertando para a necessidade de preservar as condições naturais do planeta, sem desequilibrá-lo e sempre considerando que seus recursos são finitos.
Diante do agravamento da situação, a Organizações das Nações Unidas (ONU), em Assembléia Geral, em 5 de junho de 1972, em Estocolmo-Suécia, criou o Dia Mundial do Meio Ambiente, com o objetivo de “chamar a atenção para os problemas ambientais e a necessidade de preservar os recursos naturais”.
Os ambientalistas continuaram alertando. E a maioria dos governantes e dos responsáveis pelas diferentes produções e grande parte de nós mesmos, ficamos sem tomar as medidas reparadoras.
Nossos meios de produção e de vida continuaram aumentando a geração dos GEEs e o consumo e destruição de recursos naturais.
Neste ano já chegamos ao sobreaquecimento de 1,63ºC
Em 2024, a média do aquecimento global ultraou 1,5ºC em relação à era industrial acima citada. Não por acaso, os desastres climáticos espraiaram-se mundo afora. A natureza perdeu o equilíbrio e continua piorando, neste ano já chegamos ao sobreaquecimento de 1,63ºC.
A vida no Planeta está em risco, incluindo a todos nós mesmos, com cada vez mais prejuízos, especialmente para os mais pobres. Agir é preciso!
Quem e como são gerados os excessos dos GEEs e como superar cada situação tratamos em nossas colunas semanais anteriores.
Todos os países, com ou sem acordos assinados, precisam assumir e cumprir suas metas de forte e rápida redução da geração de GEEs. A COP-30, em Belém do Pará precisará ratificar esta posição.
O Brasil inclusive pode e deve evoluir mais. Na transição energética, a melhor alternativa é a substituição do petróleo e carvão mineral pela energia elétrica. A energia elétrica brasileira é produzida com aproximadamente 90% de recursos naturais, sendo referência mundial. É possível produzir e oferecer mais esta extraordinária alternativa energética.
A maior geração brasileira de GEEs (aprox. 45%) decorre das queimadas e derrubadas de florestas. Graças principalmente à atuação do Governo Federal, em 2024, em relação a 2023, as queimadas reduziram em 70% e os deflorestamentos em 32,4%. Não há vantagem para ninguém queimar e derrubar árvores. É questão de segurança nacional e internacional e como tal deve ser resolvida o quanto antes.
A segunda maior geração brasileira de GEEs (aprox. 25%) vem do meio de produção agrícola e pastoril. Como produzir mais e melhor já foi tratado em várias reuniões anuais dos países, as chamadas COPs. Para efetivar as medidas o Brasil criou o Plano ABC – Agricultura de Baixo Consumo -, que precisa ser muito mais apoiado e acelerado por estados, municípios e produtores.
O Brasil pode ser exemplo mundial na redução de GEEs
O Brasil pode ser um exemplo mundial na redução da geração de GEEs, como vimos acima. Um bom compromisso para assumirmos neste 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
Nada acontece por acaso. Este desequilíbrio da natureza e suas graves consequências possui uma sustentação fundamental, a ser superada. Está diretamente relacionado com a ideologia nazi-fascista ainda tão presente no planeta e no país. Bolsonaro e Trump não me deixam mentir!
*Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil de Fato.