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DIA DA PROSTITUTA

O mais antigo dos preconceitos

Por Monique Prada - trabalhadora sexual, ativista, feminista e escritora

02.jun.2023 às 10h21
João Pessoa - PB
Opinião - Autora convidada

Divulgação Boteco da Diversidade (Sesc Pompéia) - Crédito: Didi Helene

Por Monique Prada – trabalhadora sexual, ativista, feminista e escritora*

Venerada ou perseguida, a figura da prostituta nunca ocupa lugar neutro no imaginário popular. Desperta sentimentos intensos e mesmo conflitantes. Exercendo aquela que é tida como a mais antiga das profissões, nominar a atividade também se presta a identificar a mais poderosa ofensa às (outras) mulheres.

Apesar de historicamente forçadas à clandestinidade em nossos próprios países, temos nos organizado como movimento há algumas décadas. Desde 1975, o 2 de junho é tido como o Dia Internacional das Prostitutas, lembrando a ocupação da Igreja de Saint Nizier, em Lyon, por prostitutas que protestavam contra a intensa repressão policial que sofriam.


Divulgação Boteco da Diversidade (Sesc Pompéia) / Crédito: Didi Helene

Nesta mesma época, no Brasil, Gabriela Leite trocava a faculdade pela prostituição – que exerceu em São Paulo, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, onde participa da criação da Rede Brasileira de Prostitutas e da ONG DaVida, em 1992. Em 1987, com Lourdes Barreto, realiza o I Encontro Nacional de Prostitutas.

Gabi foi uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos das prostitutas. Contava sempre que no início de seu ativismo, as pessoas se surpreendiam por ela ser uma “puta que falava”. Candidatou-se a deputada federal pelo Partido Verde em 2010. Falecida em 2013, deixa um legado preciosíssimo para a luta de todas as mulheres brasileiras.

Poucos meses após a sua morte, o setorial de mulheres da CUT – Central Única das Trabalhadoras e Trabalhadores, com o apoio da Marcha Mundial de Mulheres e outros coletivos feministas, lança nota onde se posiciona contra o reconhecimento da prostituição como um trabalho e opondo-se à sua regulamentação. Em 2015, numa sutil e necessária provocação, surge a CUTS – Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais, reforçando o fato de que somos, sim, pessoas trabalhadoras. A CUTS e a Rede Brasileira de Prostitutas são hoje espaços políticos de debate e luta por direitos das pessoas que atuam  na indústria do sexo.

Toda a época tem as suas bruxas e dentre as bruxas que este começo de século elegeu perseguir e queimar em suas fogueiras simbólicas estão (uma vez mais) as prostitutas.

O avanço do conservadorismo segrega e pune sem dó determinados corpos e comportamentos, decide quais sexualidades são as corretas e quais são as manifestações sexuais que devem ser execradas. A alguns corpos só resta a possibilidade de r-existir à margem. 

Leis de repressão ao trabalho sexual tem sido implantadas ao redor do mundo, contrariando os apelos de órgãos de defesa de direitos humanos como a Anistia Internacional, e o clamor de grupos organizados.

Se o cenário por um lado parece desolador e queimar na fogueira simbólica do moralismo de um mundo em frangalhos parece inevitável, por outro, as prostitutas têm usado com maestria a função do fazer-se ouvir. Se até aqui estivemos a maior parte do tempo confinadas a nossos locais de trabalho, nossas histórias sendo contadas pelas vozes de outras pessoas, hoje amos as redes sociais e já não reconhecemos mais limites – que se mantém geograficamente, mas cujas barreiras podem ser rompidas virtualmente com facilidade. Atentas ao bom uso das tecnologias, em nosso tempo livre trocamos informações e falamos para quem quiser nos ouvir – e muitas vezes, para quem não nos quer ouvir também.


Reprodução / Card: Reprodução

Neste cyber-putativismo, temos conectadas as esquinas nordestinas às portenhas, ando pelas esquinas e flats paulistanos, sem esquecer do Itatinga e Guaicurus. Nossas vozes chegam a Amsterdam e de lá saem, ando por Barcelona e Londres e  Lyon – e por onde mais houver putas, um smartphone barato e sinal de internet – Put@s Conect@d@s.

Como seguir escrevendo a história da prostituição a partir deste ponto, quando a puta deixa de ser aquela sombra na esquina e a a escrever a própria história, contestar o que lê, complementar relatos e recusar outros? E isso dispensando de vez intermediários, ruídos, cortes?

Nos desnudamos para além das roupas e clichês, a mulher – pessoa.

Por que caminhos isso tudo nos levará?

*Monique Prada é trabalhadora sexual, ativista, feminista e escritora. Coeditora do projeto MundoInvisível.ORG e presidenta da CUTS – Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais. [Publicado em revistatrip.uol.com.br em 02.06.2017]

 

 

 

 

Editado por: Cida Alves
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